Por que não liberamos o mapa?

Talvez a maior frustração de quem está começando a acompanhar o Trilhas Perdidas seja a impossibilidade de obter o mapeamento dos locais encontrados pelo projeto. Entendam que há questões muito sérias envolvidas nisso, ainda que exista sim a vontade – ou prepotência – de sermos os primeiros a mapear com certa regularidade e padrão os cenários desconhecidos do Centro-Oeste. Acompanhem.

É ingenuidade achar que fazendeiros sempre receberão de peito aberto os visitantes, mesmo quando há a melhor das intenções. Nem mesmo um tratamento cortês é garantido. Veja, por exemplo, o que ocorreu no Vale do Calango. Quando chegamos na fazenda que dá acesso ao vale, obedecemos rigorosamente a hierarquia e contactamos por telefone o dono daquelas bandas, que quase prontamente – em tom nada educado – negou nossa entrada. O mesmo aconteceu recentemente na Cachoeira da Safira. Em ambos os casos, tivemos que encontrar outras vias de acesso. Agora imagine, caro leitor, o que aconteceria se ao invés de um grupo de 4 ou 5 pessoas, dezenas de pessoas batessem toda semana na porta desses fazendeiros? Bom futuro não seria.

Agora, pensemos na preservação. O que seria dos locais encontrados se eles subitamente recebessem a visita de inúmeros trilheiros? Outro futuro ruim, mas esse catastrófico. Muitas das cachoeiras que visitamos já sofrem com o avanço determinado de fazendas circundantes e certamente não comportariam um turismo desordenado. Quantos Poços Azuis, que fora interditado lá em Formosa, teríamos espalhados por aí? Nem todos possuem a tão concreta e simples consciência ambiental.

Qual seria a solução para aqueles que realmente querem ajudar o projeto e participar das expedições?

Saiba que o Trilhas Perdidas conta com uma equipe fixa e um corpo de colaboradores. Todos têm acesso ao mapa. Mas para ser colaborador, ou parte da equipe fixa, é preciso ter experiência e conhecimento. Não basta ter uma ou duas trilhas no currículo, é preciso ter várias, de múltiplos dias. É preciso ter equipamentos adequados. É preciso, sobretudo, entender a Exploração Virtual, já que dela advém todo o resultado obtido até então pelo projeto. Ora, aquele que se empenha em ter tudo isso certamente tem consciência ambiental e certamente contribuirá com o Trilhas Perdidas.

Outra forma de participar é entrando no Trekking Brasília, um grupo do Facebook que nos serviu de berço. Lá, com o tempo e a interação com os demais membros, você poderá participar de algumas expedições.

OBS: eventualmente oferecemos um mini-curso sobre Exploração Virtual. Sempre confira o menu Eventos!

Por hoje é só. Qualquer dúvida, deixe-nos um comentário!

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