Saiba mais sobre Perfil de Elevação

Traçar um caminho usando o Google Earth não é uma tarefa complicada, especialmente quando é nítida nas imagens de satélite a presença de trilhas. Mas tratando-se em desenhar um caminho novo, em áreas isoladas, o processo torna-se mais trabalhoso e requer atenção adicional na análise de Perfil de Elevação.

O perfil de elevação basicamente mostra como a secção transversal do terreno de uma região sobe e desce. Através desse perfil você consegue medir coisas como: desnível, altitude máxima, altitude mínima, inclinação etc. E essas informações são importantes pois não nos interessam trilhas muito íngremes (quase verticais) e desníveis constantes, não é mesmo?

Vamos lá. Desenhe um caminho qualquer no Google Earth, clique com o botão direito sobre ele e selecione “Mostrar perfil de elevação”. Vamos destrinchar todos os dados que aparecerão na tela.

O gráfico rosa mostra o perfil de elevação do caminho traçado. No eixo Y (vertical) estão as altitudes (elevações) absolutas e no eixo X (horizontal) estão as distâncias acumuladas. Você pode apontar para qualquer região desse gráfico para saber a altitude e a distância da trilha até ali. É possível também selecionar porções desse gráfico e ver os números da tela mudarem. E falando nesses números, aqui vai uma descrição de cada uma deles:

Elevação Min. Méd. Máx: você pode conferir no quadro vermelho no topo da tela do perfil. Esses valores informam a altitude mínima, média e máxima calculadas.

Distância: comprimento total do caminho sob análise (você pode ver também o último número do eixo horizontal do gráfico).

Ganho/perda de elevação: o primeiro valor, positivo, indica o ganho acumulado de elevação desde o começo do caminho. A palavra ‘acumulado’ significa que todas as elevações são somadas, ou seja, se você subiu 100m, desceu 100m e subiu 150m, o ganho de elevação foi de 250m, e não de 50m. O segundo valor, negativo, indica a perda acumulada de elevação.

Inclinação Máxima: indica qual a inclinação máxima você encontrará no caminho. É um valor dado em porcentagem que vai de 0 a 100% (subida) ou 0 a -100% (descida). Quanto mais próximo de 0, menos vertical o trecho; quanto mais próximo de 100% ou -100%, mais vertical.

Inclinação Média: indica o quão inclinado é o caminho como um todo. Segue as mesmas regras da inclinação máxima: número positivo, subida; número negativo, descida.

Lembre-se que se você selecionar um trecho do gráfico, esses valores serão alterados para corresponder apenas ao trechos selecionado.

Depois de traçar, estude a inclinação

Pegue uma trilha que você fez e estude a inclinação. Assim você terá indícios de que elá será ou não difícil de percorrer. Mas quais valores são bons? Digo, quais faixas de valores indicam se um trecho é muito ingrime e difícil (senão impossível) de percorrer?

Entenda primeiro que tudo relacionado a altitude é, por excelência, impreciso. Uma descida que tem 100 metros no Google Earth pode ter quase o dobro na prática. Algo que parece ser suave nas imagens, pode ser impraticavelmente íngreme na realidade. O próprio Google adverte o usuário: a acurácia no cálculo de elevação depende do local. Há um erro intrínseco ao lugar de estudo. Você pode notar que a altura de um morro perto de Brasília tem um erro de 70m, mas que a altura de um morro em Diamantina tem erro que passa dos 130m.

A solução é aliar prática e teoria. Estude o perfil de elevação de um lugar e vá pessoalmente até ele. Verifique a inclinação ao vivo e compare com os valores de inclinação média e máxima calculados. Faça isso algumas vezes e com o tempo será possível descobrir quais valores são ideais para se trabalhar.

As expedições feitas pelo Trilhas Perdidas no estado de Goiás e no extremo oeste de Minas, indicam
que inclinações médias de até 30% e máximas de até 50% são possíveis de descer através de escalaminhadas. Mais do que isso, é preciso analisar pessoalmente o ambiente. Talvez árvores estejam estrategicamente espalhadas e ajudem no progresso; ou talvez leitos secos de rio tenham formado escadarias naturais. Enfim, esses números estão em constante atualização. E isso é fundamental!

Por hoje é só. Em breve postaremos outros assuntos mais técnicos! Se você quiser ler um pouco mais sobre Exploração Virtual, leia no livreto.

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